“Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo”, diz o Papa Francisco. Um sonho possível de se realizar? O sonho comanda o nosso viver. Ai de quem não é já capaz de sonhar! Resta-lhe pouco: como é possível hoje viver a vida com razão e sentido se não há uma utopia a provocar-nos e a fortalecer-nos no caminho?! Sabemos que para o sonho não é preciso muita coisa. Basta pouco para a realização de um sonho.

O Papa sonha com uma Igreja missionária. Será esta possível nos dias que correm? Falamos todos com encanto do Papa Francisco, no que diz e no que faz. Dizemos também todos que queremos, para cada um e para a Igreja de que fazemos parte, esta “opção missionária”. Porém, urge ser verdadeiro, isto é, passar de uma Igreja metida consigo própria para uma Igreja que se obriga a sair de si para ir ao encontro dos outros. É para a “periferia”, palavra muitas vezes utilizada pelo Papa. Todavia, julgo que para a maioria não é fácil romper com o imobilismo e a nossa postura de uma Igreja fechada para consumo próprio.

Só a “opção missionária” é “capaz de transformar tudo”, continua o Papa Francisco. Da conversão pessoal e comunitária surgirá, naturalmente, um reflexo positivo para as estruturas que nos envolvem: para haver uma “reforma das estruturas que a conversão pastoral exige”, é imperioso “fazer com que todas elas se tornem missionárias”. Convertidos e convertidas as estruturas à “opção missionária”, então é possível colocarmo-nos “em atitude constante de saída”. Uma e outra se conjugam e se ajudam mutuamente.

O MCC, nos seus dirigentes e nas suas estruturas, tem, cada vez mais, de assumir de verdade a opção missionária da Igreja. De uma Igreja capaz de sair de si mesma para ir ao encontro dos outros. Este sair de si mesma tem como finalidade primeira o encontro de Deus com os homens e mulheres batizados, mas que vivem longe de Deus; ou ainda, cuja fé se encontra muito frágil porque não descobriram Jesus Cristo. Também não devemos esquecer que somos discípulos missionários para tantos e tantos que vivem arredados ou indiferentes ao sentido da vida que é Jesus Cristo. Duas perguntas para terminar: será esta a “opção missionária” de todos os cristãos em MCC? Será que esta “opção missionária” nos deverá levar ao essencial das estruturas do MCC?

Fevereiro 2014

Pe José Lopes Baptista

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