O pré-cursilho e o pós-cursilho têm um estilo missionário exigente quanto a um diálogo frutuoso e amigo, antes de se “fazer a ficha”, como tantas vezes o padre Baptista nos repetiu.

Dialogar, cumprir a missão, descobrir um propósito ou significado, cultivar um sentido ou a direção no bem, quanto ao viver humano,… é tão importante como comer e brindar.

As vides deram fruto e este foi colhido. Agora nos pipos o vinho aguarda o tempo das conversas e das festas. Nos campos e vinhas, cheia de tons, o trabalho de agricultor e do vinhateiro continua: vêem os ramos, julgam para agir. As doenças, as virtudes,… detetadas, ajudam na plantação, alinhamento, enxertia,… para que na primavera e verão a exposição à luz da razão e da fé cristãs possam gerar os melhores e novos rebentos entre os ramos podados das vides. As «falas» e os tempos passados com as falhas e quebras parecem oportunidades perdidas. Mas o bom vinhateiro sabe que a amizade mesmo com os ramos secos ou queimados são o melhor adubo para as melhores colheitas.

A missão dialogal tem pouco de comissões financeiras ou comandos eletrónicos. São estes, apenas, instrumentos para ajudar a caminhar na amizade a Deus e aos irmãos e irmãs. Para além dos nossos vizinhos e conhecidos a quem queremos bem, precisamos da DIETA que nos impulsiona: detetar, harmonizar, promover, influenciar.

Seremos as pessoas chave , agentes de transformação, locomotivas que empurram vagões,… deste povo de Deus, se só deteto entre os vizinhos, no trabalho, ou onde moro? Posso chegar verdadeiramente aos ambientes como homem ou mulher cristã no coração do mundo sem a escuta atenta do outro nos ambientes?
Como detetar a capacidade, isolar, estudar, tratar, apresentar,… sem ferir a liberdade pessoal?

Aumentando o desejo da felicidade! Alargando o sentido e o propósito! Promovendo o alegre e feliz serviço à melhor humanidade ao qual Jesus, verdadeiro Deus e perfeito ser humano, nos convida. Tendo como referência a Pessoa divina do Pai elevem a conversa para redescobrirem Deus como fonte de beleza e de vida, criador, origem e fim do universo, instaurador de um específico plano de salvação.

Citando o II Concílio Ecuménico do Vaticano, na exortação papal Cristo Vive, no nº 125, sobre um estilo para a missão e a comunhão missionária lemos que abertos ao Espírito, podem ajudar a Igreja a levar a cabo a passagem pascal de saída do “eu” individualisticamente entendido para o “nós” eclesial, onde cada “eu”, estando revestido de Cristo (cf. Gal. 2,20), vive e caminha com os irmãos e as irmãs como sujeito responsável e ativo na única missão do povo de Deus.

Sair da autorreferencialidade do “eu”, da própria autoconservação para o serviço de construção de um “nós” inclusivo nos relacionamentos com toda a família humana e com toda a criação é uma prioridade da missão em diálogo.


Pe José Barros

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