Comentando o Evangelho de Marcos onde se fala da autoridade de Jesus (Mc 1,22-27), o Papa Francisco disse que autoridade não significa comandar, autoridade é coerência e testemunho. De facto, ele é de uma coerência exemplar. Propôs-se reformar a Igreja centrando-a no Evangelho em ação no mundo. Nada o faz desistir de lançar cada vez mais iniciativas que sejam caminhos para uma Igreja evangelizadora. Alicerçou a família e os jovens, chamou os batizados a serem discípulos missionários, saiu do Vaticano para visitar países das periferias, trabalha diariamente em conjunto com outras igrejas para revolucionar o mundo.
Em Abu Dabhi, a 4.2.2019, assinou junto com o Grão Imame de Al-Azhar, o Documento sobre a Fraternidade, como “convite à reconciliação e à fraternidade entre todos os crentes, mais ainda, entre os crentes e os não-crentes, e entre todas as pessoas de boa vontade; repúdio à violência aberrante e ao extremismo cego; apelo a quem ama os valores da tolerância e da fraternidade, promovidos e encorajados pelas religiões; símbolo do abraço entre o Oriente e o Ocidente, entre o Norte e o Sul e entre todos aqueles que acreditam que Deus nos criou para nos conhecermos, cooperarmos entre nós e vivermos como irmãos que se amam”. É uma bomba    CONTRA TODASAS GUERRAS.
Preparou durante 2 anos e realizou em 2019 o sínodo sobre a ecologia com participação ativa dos guardiões da floresta para comprometer a humanidade num estilo de vidaque garanta a sobrevivência dos pobres e futuro da terra. Queremos ver a Carta sobre a Amazónia que interessa a todo o planeta e não só às amazonas.
No dia 01 de Maio de 2019 convocou jovens economistas e empresários para se encontrarem em Assis nos dias 26 a 28 de Março de 2020 e se comprometerem “em prol de uma economia coerente com um mundo mais justo e melhor: uma economia que dá vida e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a despoja; para dar “esperança ao nosso amanhã, em benefício não só dos mais pobres, mas de todos; rever os nossos esquemas mentais e morais; porque enquanto o nosso sistema económico e social produzir uma vítima e descartar uma só pessoa, não poderemos fazer a festa da fraternidade universal”.
No dia 12 de setembro de 2019 convocou para um encontro no vaticano (14.05.2020) todos os que se dedicam à educação disponíveis para formar pessoas que se coloquem ao serviço da comunidade: “convido-vos a promover em conjunto e ativar, através dum PACTO EDUCATIVO COMUM, as dinâmicas que conferem um sentido à história e a transformam de maneira positiva. Juntos, procuremos encontrar soluções, iniciar sem medo processos de transformação e olhar para o futuro com esperança”.
É muita coisa? Sim. Mas o Papa não quer abranger tudo. Ele quer iniciar processos. Quer que os cristãos mergulhem no mundo, sem se deixarem levar por fazedores de opinião oficiais, mas com critérios transformadores. Convida-nos a entrar nalgum desses processos. Há lugares para todos no serviço de fermentar o mundo. Só não há lugar para fermento inativo.

Pe. Jerónimo Nunes

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